domingo, 29 de julho de 2007

O Criador de Mundos em uma terra de Falsos deuses.

Meu mundo não foi criado em seis dias, mas sim em algumas “couple” décadas. E a cada dia descubro algum fator que precisa ser adicionado, incorporado ou corrigido. Apesar de ser filho de Deus tenho sérios problemas e até o presente momento não tive sucesso para transformar a poeira do meu quarto em pequenos seres humanos. Isso me impossibilita também de dar uma de Doutor Alemão e retirar a costela pra criar a mulher.

Criar o mundo é muito difícil por isso, costumo tirar férias prolongadas onde esqueço quem sou, o que estou fazendo e onde estou (não tô nem aqui). Fico então vendo outros criadores fazendo besteiras com seus mundos. Talvez eu seja um criador preguiçoso, mas nada está perdido antes de virar hippie, eu só preciso começar a beber e trabalhar com metais aí já posso ser presidente – Corintiano já sou (tenho até uma certa familiaridade com o número 12 já que meu sangue ainda é vermelho de direita).

Talvez eu crie uma companhia aérea e coloque algo como Transformando a Aviação em uma Merda (com desculpa da palavra, vou usar a abreviação TAM – Não se esqueça do jargão nada convencional [Orgulho de ser Brasileiro]). Viu ser o dono do mundo te da alguns poderes incríveis. Se todo mundo faz besteira, por que não seria eu, mais uma estrela brilhante na bandeira Verde e Amarela a acender o isqueiro. Nessa pátria de Estrelas Cadentes, Ordem e Progresso têm um significado clichê ou um pouco mentiroso (um pouco só) como nossa mídia ou a declaração de contas do Senhor Renan que não é ajudante de Papai Noel, mas vive andando com o saco cheio.

Falando em Saco, alguém me pode dizer como está o renascimento em Miami dos Publicitários do Nascimento de Cristo? Aquele casal botava pra quebrar, quebraram as famílias brasileiras que acreditavam no pedágio para uma vida melhor. Pedágio esse que não funciona em nenhuma instância. O direito de ir e vir é dentro de seu próprio quarto, claro se o IPTU estiver quitado. O que me dá margens a acreditar que o primeiro Direito que um brasileiro exerce é o da prisão, condenados eternamente a viver dentro de uma jaula e a jurar Lealdade a Bandeira... E depois me perguntam por que nosso querido e amado ex-presidente se suicidou...

Viva o movimento Getulista, mas o ministério do Turismo adverte: Suicídio em Massa só no fim do mundo dos Maias em 2012 ou quando o Barrichello ganhar. Enquanto isso relaxa e goza!

terça-feira, 24 de julho de 2007

O Diário de um Viajante dos Mundos.

O encontro com uma árvore. Eu e ela, nenhum de nós dois sabíamos como tínhamos chegado até aquele ponto. O fruto do destino em uma árvore seca! A estação perfeita no inverno do encontro da Criação com a criatura. Fiquei encarando aquela árvore por horas, e ela também.

Estávamos tímidos diante da presença um do outro, o silêncio entristecedor do abismo que existe entre a beleza e a besta. Diante de um Abismo, sempre uma oportunidade de se criar uma ponte – era o que dizia um velho ancião que eu deveria ter criado em algum devaneio cognitivo. Bruto como uma árvore, só havia em minha mão um canivete, era para cortar e perfurar o mais profundo de qualquer ser. Existia na minha mão a possibilidade de destruir aquela árvore e mostrar a minha soberania.

O poderio de um homem se resume a sua escolha ou sua renúncia diante da adversidade. Aquele canivete poderia mostrar minha covardia diante de uma beleza que jamais poderia ser incorporada ao meu ser, nada me restou – ah não ser talhar aquele tronco. Com golpes precisos perfurei a arma e a alma daquela árvore e me senti o mais homem de todos. O mundo estava em minhas mãos e a minha marca acabara de deixar na rainha da floresta.

Aquela árvore por todo o sempre carregará a marca que simbolizou aquele momento. O meu coração fora talhado ali para que todo aquele que chegasse perto da Majestade soubesse que eu havia entregado o meu coração de viajante. O símbolo de um coração perfeito, na obra soberana de Deus, o pulmão do mundo agora carrega o meu coração. Posso respirar novamente e saberei sempre que deixei meu coração talhado na melhor madeira, a madeira da beleza inocente de um jequitibá.

Paulo Câmara

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Um ET falou comigo.

Ele não era verde. Não vinha de Marte. Na verdade ele nasceu na terra. Mas se mudou muito cedo pra algum planeta de alguma galáxia distante. Os pais dele gostavam de conhecer novas culturas.

O cara era totalmente diferente. Se você tinha um plano, ele tinha um anti-plano. Se você gostava de verde, ele gostava de Amarelo. Não sei se poderia o chamar de o cara do contra. Eu só acho que ele viveu a vida ao contrário.

Sabe? Ele nasceu e se mudou pra outro planeta. Conquistou todas as estrelas. O cara sabia até que a Lua não veste pijamas durante o dia. Me contou que o Sol andou namorando a Via Láctea. E que minha vizinha tem problemas de celulite. Bom isso eu já imaginava!

Um dia ele falou comigo. Caravelas pelo Brasil a fora. Ninguém o via. Ele era diferente do que poderíamos dizer de “um humano normal”. Tinha um corpo normal, no entanto, as suas idéias eram de outro mundo. O cara me avisou que se um dia eu fosse pra outro planeta, não deixar de aproveitar a visão da terra. Imagine uma bola azul, com listras coloridas correndo de um lado pra outro. É o esporte favorito dos ET’s – humanos tentando controlar suas vidas.

Como se fosse uma partida no maracanã, a terra é o centro. Todos os planetas tiram sarro dos pernetas que estão jogando. O engraçado é que sempre muda a bola da vez. Uma hora os humanos estão correndo atrás do aquecimento global, às vezes da guerra. Houve ocasiões em que colocaram crianças para derrotar um exército, uma tal de Cruzada sem conotação sexual.

Ele me convidou pra conhecer outros planetas. Mas falou pra aproveitar. Não existe outro lugar no mundo, no qual você possa rir tanto como neste planeta. Somos a piada do século.

Não é legal saber que enquanto procuramos o sentido da vida nessa bolota azul, o universo inteiro está rindo da gente? Será que já sabem o segredo, ou estamos olhando o mundo com os olhos errados?

Todavia, um ET falou comigo. Sou importante, me deixa entrar em campo. Ser a piada do universo também. Pelo menos, sou estrela. Meus gols fazem minha fama.

Não foi a toa que Deus olhou pra mim e disse você vai ser o cara, cara! Um ET já falou comigo. Eu juro que se um saci aparecer aqui – eu vou fazer um blog.

domingo, 8 de julho de 2007

Olhos de vidro, espelho do seu ser.

Eu não consigo mais escrever como antes. Estou com algum bloqueio. Talvez isso seja definitivamente um castigo por ter me omitido de escrever durante o passado. Retratei as coisas olhando-as pela janela, até que um dia eu não pude fugir do espelho da verdade.

Quando se está amando, a verdade é o que mais importa,vale qualquer custo. E, é por isso que as pessoas a temem tanto. É fácil viver num mundo onde você é invisível, onde se assiste o carnaval em um camarote em Riviera. Mas quando você permite ser visível, alguém pode ver você.

Antes, olhar-se no espelho era fácil – você e ele. Quem te via, era você mesmo, você se julgava e se suportava. O espelho era apenas um fantasma de quem você era, ou de quem você imaginava ser.

E num piscar de olhos, o espelho começa a pensar por ele mesmo. E seu ser começa a ter medo de quem está te observando. Ele te olha e não diz nada, um sorriso no silêncio de duas almas. Então fugir seria a solução, mas por onde quer que você ande novos espelhos aparecerão. A sua privacidade não existe mais, o seu manto da invisibilidade se rompeu e você começa a ter medo. Não da para voltar atrás ao sentir-se nu. O temor vem – junto ao terror – e se sempre tiver havido espelhos? E se sempre te observaram? E aqueles erros que você cometeu num momento de fúria ou lúcido, achando que por ser invisível não seria um problema? As indagações sobre si é o mais perto do que podemos chamar de inferno!

Não da pra fugir dos olhos da multidão – não da para se esconder dos olhos silenciosos de Deus.

Engraçado, mas quando você está sendo de alguma forma observado, você mente porque tem medo do passado ou da realidade. E justamente hoje, um tijolo do seu futuro. Qual casa você está construindo para repousar sua velhice?

Talvez, como agora, um espelho esteja respondendo a você, mas já não é um espelho. De volta a matéria, um vidro, por onde dois invisíveis se encontram. Seus olhos não são mais espelhos, e sim um retrato do que você mais tem medo, ou seja, Você.

Através do que você vive – os seus olhos enxergarão o mundo. Infelizmente, se você vive uma mentira, inegavelmente estará sendo enganado ao visualizar.

Todo homem é suscetível ao se enganar várias vezes, alguns chamam o evento de desilusão, coração partido, amor não correspondido. Eu chamo de o triunfo da mentira, ou, à volta a verdade.

Nesse caminho de espelhos, observadores, invisíveis e visíveis, você começa a procurar a verdade. E em cada espelho, uma nova chance de perguntar-se, valeria a pena eu? Você verdadeiramente me conhece? E então, além de visível você se torna frágil. Uns espelhos são quebrados por seu medo, outros reconhecidos por seus atos gloriosos. As suas vestes voltam ao seu eu tangível. Verdadeiramente és humano nessa hora.

E então todos os espelhos caem por chão, os vidros que separam rostos desconhecidos se quebram, você está de volta ao mundo. Sem respostas, sem passado, só os tijolos do presente. Você está livre pra viver. E quando a verdade habita o ser, o amor procura mais um sentido. Tudo isso agora faz sentido, a jornada - Do invisível e partido, ao amado e completo.

Faltam-me palavras para escrever sobre o mundo, pois na minha alma está a verdade. E me locupleto em ser meu próprio interlocutor ao viver esse amor. Não mais preciso escrever para disfarçar, e se as palavras me faltam, é porque é a hora de viver. Viver meu grande amor.

Paulo Câmara.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Tomando porrada.. Eis o vencedor!

Se eu fosse um cara diferente, sabe lá como eu seria. Então prefiro ser errado, mas não indiferente ao que realmente sou.

Ruben Alves disse que se ele pudesse viver sua vida novamente ele viveria da mesma forma. Já Humberto Guessinger, em uma de suas músicas, disse que se ele pudesse viver novamente ele sairia antes do final.

A vida não permite ensaios. Atores sem papéis vivendo o próximo ato. Aaaaaaaaah o tempo não para, na voz desafinada de Cazuza – eis a grande verdade João. As luzes se apagam, o povo vai embora e nesse momento você define se você vai para a próxima festa ou se vai dormir.

Confesso que não foi assim que eu sonhei minha vida, mas é justamente por isso que eu continuo vivendo. Para continuar sonhando. Se eu pudesse viver o que eu sonho, com o que eu sonharia? Já me basta o prazer de errar e me levantar.

Uma das lições mais importantes da minha vida, eu obtive não em Nietzsche – Freud – Jung ou qualquer uma dessas celebres celebridades – mas sim em um filme clichê: Rocky Balboa.

Quando ele diz para seu filho que quem vence não é quem bate mais, mas, só quem vence na vida é aquele que leva porrada, cai, e se levanta. E a cada chute, mesmo nas bolas, ou em qualquer lugar que dói, o fato de você levantar e falar: Vem, bate com força – lhe torna um vencedor. Não masoquistas, nem pelo prazer da dor. Mas sim por conspirar contra a dor, saber que não é isso que vai te fazer cair e não levantar – mas sim que esse é o motivo de você querer vencer, apanhar e continuar em pé se tornando a cada vez mais forte.

Eu fiz uma adaptação, se eu fosse um pugilista provavelmente usaria esse conceito que vou lhes falar:

Você não vence na vida dando o soco mais forte. Por mais que você una todas as suas forças para dar o maior soco da sua vida – realmente seu alvo pode ficar tonto e cair. Mas se ele se levantar novamente, “babou”, você perdeu sua vida dando um soco que não foi o forte o bastante.

Então lembre-se disso:

Quando alguém unir todas as suas forças para lhe dar o maior soco, você pode cair, mas se você se levantar, você vai ser o vencedor. Pois na verdade não existem socos fatais e sim, levantadas triunfais.

Levante e de a outra face, caia, se levante novamente e cada vez você vai se tornar mais forte. A entrada triunfal, o marco memorável, tornar-se imortal não é uma questão de força, mas de fé. Lembre-se disso quando subir ao ringue. ;)


Paulo Câmara

Eu não sou maior do que o Mar.

Uma das coisas mais interessantes na vida de um homem é quando ele reconhece que não é nada diante do mundo. Em uma dessas descobertas casuais, estava pensando que diante de todo o universo eu não sou maior que um grão de areia, eu sou um misero grão de areia, insignificantemente sozinho. Mas, sozinho até quando percebo que posso me unir a outros grãos de areia e, em conjunto vou ficando maior. E então quando existe a união de vários grãos, conseguimos algo tão grande e tão bonito. Savanas, Desertos e até a praia.

O mar é perigoso, mas é a areia que nos ajuda a aproveitar a imensidão e a beleza das águas salgadas.

E é assim que eu vejo a vida. Um grande mar. E se nós achamos que somos maiores que o mar, não nós não somos. E se tentar desafiar o mar, Poseidon vai cuidar de te horrorizar e não adianta fazer oferenda a Yemanjá – meu amigo, você não é maior do que o mar.

Um grão de Areia. Nós somos grãos de areias diante da imensidão desse mar. Mas se nós nos unirmos, poderemos fazer da vida um lugar bonito – um Hawaii dos astros, o Caribe das ondas perfeitas.

Também podemos nos tornar um deserto, que mata, sem vida. Um amontoado de pessoas que, sem sentido, transformam a vida em um lugar quente, seco e sem esperança.

A ciência nos provou que somos apenas grãos. Mas, grãos unidos, jamais serão vencidos! Podemos ser levados pelo vento, pararmos juntos em algum deserto. Ou podemos rodear o mar. Vencê-lo não pelo poder, mas por transformar o mar em uma praia bonita para se namorar.

E eu tenho certeza, que eu sou parte de alguma praia. E quando olho pra cima posso ver a lua sorrindo. Então quando eu me sentir pequeno, saberei que realmente não sou maior do que o mar. Mas posso estar ao lado dele, e transformar esse grande gigante em um lugar legal de se estar. E saberei que sou eu a salvação de muitos marinheiros perdidos e náufragos. Talvez eu veja o Robinson Crusoé ou o novo Colombo passar por mim. Mas realmente ficarei feliz em ver quando novas praias surgirem.

Pois sei, que onde existe uma nova praia, existe um novo sentido de vida, uma razão para amar, e sim, uma razão para amar o mar.

Paulo Câmara.

quinta-feira, 31 de maio de 2007

A prost-instituição

Prostitutas garantem: é um livre comércio.

Os seus filhos estão no congresso.

Os seus amantes nas igrejas.

Seus cafetões são os melhores delegados e magistrados.

Os seus melhores clientes estão nas universidades.

O mundo é um prostíbulo globalizado. Legalizado!

Como diria nosso nobre dePutado, Paulo Maluff, “se o estupro é inevitável, relaxe e goze”.

É inevitável, ser estuprado todos os dias com a programação televisiva, mas os brasileiros gostam e gozam quando a novela começa. Incrível, agradecem pelo estupro dando boa a noite ao bandido, quando ele começa o terrorismo intelectual no jornal das 8.

É inevitável, ser estuprado pagando impostos. Incrível, e só nesse mundo, o estuprador engravida e as pessoas ficam na fila pedindo testes de dna. Pagamos os impostos, sem reclamar. Consentimos com dor, e esperamos meses e meses que o estuprador nos de uma pensão alimentícia - um bolsa família, que pague a educação dos nossos filhos, a saúde de seu feto.

É inevitável, ser estuprado indo às igrejas. Vendem-nos a fé, e achamos normal. Já estamos acostumados a só levar, que até pagamos achando que a vida vai melhorar. Talvez assim, a população pense que o bandido pelo menos usará um creminho, camisinha. Mas a igreja veta o uso da camisinha, é meu amigo, o creminho é o sabonete santo batizado no mar Morto do Tietê com um ticket de Israel.

Todos estão contaminados com o vírus dessa dst legalizada. Não existe vacina.

Um dia me disseram que o povo gosta de sofrer. A dor cura meu bem. E a humanidade caminha, pessoas doentes, vendidas, e algumas até acreditam na inocência do Lula.

Espera-se uma nova geração, mas colocam as crianças na frente da televisão assistindo o Faustão e desenhos de sexo explicito – reflexo de um mundo prostituído.

Espera-se a revolução da juventude, que escuta psy-trance em tendas armadas tomando pílulas legalizadas enquanto discutem sobre a próxima noitada.

Espera-se a revolução dos intelectuais, que se calam com medo da retaliação ou até mesmo porque sabem que suas vozes serão falácias.

Espera-se a revolução dos imortais, mas pena, eles são imortais justamente por não ter aonde cair morto.

Não sei como solucionar os problemas do mundo. Pediram-me pra cair no mundo real, pra acordar dos meus sonhos. Pronto, abri os olhos e vi o mundo assim, me desculpem, vou voltar ao meu sono.

Lá eu posso amar como se não houvesse amanhã, pois sei que se eu abrir os olhos verei que realmente não há. Vou sonhar, construir castelos no ar, navegar por grandes mares. Irei lutar contra moinhos de vento, irei conversar com Alice e as panelas falantes.

Vou orar ao Deus desconhecido que me apresente o terceiro Céu enquanto aprecio os seus belos escritos e me perco no oráculo.

E sempre quando me incomodarem a acordar. Lembrarei o prostíbulo que me espera se eu cair na real. Não obrigado, não vou salvar as putas, nem os filhos dela. Deixa-me procurar nas minhas utopias, o mundo que eu quero viver.

Jovem idealista, sonhador. Ao menos se eu sofrer nos meus sonhos, sofrerei por tentar viver o que eu quero, não relaxo e não vem pra cima de mim não. Meu spray de pimenta vem com a acidez de meu ser, o sarcasmo embutido.

Quem sabe o novo mundo está nos sonhos de jovens como eu, como você. Quem sabe, não nos encontremos em nossos sonhos e partimos em busca de um mundo novo. Você está convidado a sair desse prostíbulo filho teu, a escolha é sempre sua.

Enquanto isso, relaxe e goze.

Paulo Câmara

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Quando Deus tocou minha vida..

Um dia me perguntaram se eu já tinha visto Deus, se eu já havia sentido sua presença...

Eu refleti por muito tempo, quando numa noite fria em meu quarto lembrei de quantas vezes eu havia sentido a presença de Deus em mim. Quando eu conheci o amor numa sexta-feira à noite, foi uma das vezes em que eu senti a presença de meu grande Pai em meu ser. E neste momento quero compartilhar a presença dEle; uma das tarefas mais difíceis de um homem – descrever a presença de Deus em um olhar tímido de uma princesa com palavras criadas quando tantas outras poderiam ser inventadas para este momento.

Aquele rosto risonho que vinha em minha direção, sua sombra era iluminada pelas estrelas e a Lua guiava seu andar. Seus olhos ternos e sua voz querida, delicada e decidida. Eu como um mero humano admirado, observava ela chegar mais perto.

Um momento terno, fiel, não se pode nem dizer que foi eterno – pois o tempo naquele momento deixou de existir. A perfeição do imperfeito, a poesia cantada, senti pela primeira vez um Deus que dança.

O cenário não consigo lembrar, as luzes se apagaram – não havia necessidade de mais brilho, todo brilho que era preciso já estava saindo do seu ser. Não vi um Anjo, mas vi uma princesa. E neste momento eu sabia que Deus estava ali.

Me senti o mais querido dos filhos, o mais abençoado de toda a geração. Deus havia estado ali comigo durante todo aquele mágico momento.

E quem se atreverá a dizer que Deus não existe, se meus olhos registraram a mais terna beleza?

Quem se atreverá a dizer que Deus não existe, se escutei sua voz tímida cantando em meu ouvido? Não será possível que tenha tudo sido um engano, os anjos estavam ao piano. Pode ter sido uma ilusão, mas as pessoas não sabem o que é real – hoje mesmo eu conversei com a princesa que dos meus sonhos saiu para a vida real.

Neste sonho não faz diferença se meus olhos estão abertos ou não, nessa canção que não importa se existe letra. A presença de Deus sim eu senti naquele lugar, e, lembrei que sou o mais feliz de todos os homens; Senti Deus e reconheci um grande Amor ao mesmo tempo como deveras deveria ser.

E você é capaz de dizer, que nunca sentiu a presença de Deus? Abra seu coração, sinta a canção deste Pai que dança, e está a sua espera para lhe oferecer uma valsa também.

Paulo Câmara, dedicado a minha princesa.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Sacerdotes bons de mira!

E Certa vez o grande filho de Deus disse: Quem nunca errou, que atire a primeira pedra!

E 2000 anos depois, um grupo de “sacerdotes” do alto-escalão achou que uma vida de propósitos na verdade, era um jogo de mira. É uma espécie de caça às bruxas da era moderna, com todos os aparatos já conhecidos de outras eras. A inovação dá-se no aumento da confraria, antes restrita a uma nobre hierarquia. Agora, sem conferir direito a justiça, tais sacerdotes se sentem no mais legitimo poder de dar o graveto para acender a fogueira.

O interessante nesses “magistrados” é que todos se julgam filhos de Deus. Mensageiros divinamente inspirados para propagar a vontade de Deus. Mas talvez eu concorde, com Nietzsche dizendo que este Deus está morto. Talvez Pascal, inventaram um Deus segundo a sua imagem e semelhança. Meu pai! Fico abismado como esse povo coloca o teu caráter a prova. Teu filho veio para este planeta, para não julgar, sentou com Zaqueu, comeu com publicanos, brindou com vinho as festas. E sua maior decepção em sua breve visita, não fora com as pessoas que erravam, pois para elas é que foi feito o reino dos Céus e sim com as pessoas que comercializavam e julgavam sem critérios dentro da suposta casa do grande Abba.

É certo que Aslam, só chega no fim. Mas cabe a mim, questionar os que julgam sem razão. O Cristo que nos falou “quem não é por mim é contra mim”, é o mesmo Cristo que hoje chora por ver seus supostos sacerdotes se mostrando grandes sindicalistas. Só interessa o poder, a hegemonia da falsa instituição. É possível existir esperança, onde não habita a ética?

Malditos ou inocentes?

Estamos voltando a inquisição, talvez a inquisição sempre existiu. Que elimina o homem real, para pregar o homem perfeito. Méritos do pretério, quem brinca com fogo, pode se queimar. No lugar em que é proibido fumar, a cobra tá fumando, fofocando, e talvez eu saiba agora – que Eva nada mais é que a continuidade de muitos sacerdotes. A eles foi dado o conhecimento, o acesso a ética – e o que fazem? Ficam de prosa com a serpente. O fim de tudo isso é claro: a expulsão do Éden.

Que a fé não se perca, quando nos vemos vivendo seitas. Que Heresia é ser contra o herege. Filhos do pecado, juízes putrefatos. Atirem a primeira pedra, que hoje é dia de Maria... Vamos ver quantas pessoas acertaremos, queremos sentir a chuva – As lágrimas de nosso Pai diante de um mundo doente.

A cura? Todos sabem. A doença é que a instituição gosta de inventar a todo dia, uma nova forma de aniquilar as boas profecias. Ó sarcasmo, habite meu ser. É preciso uma vacina contra o Anti-Cristo que nos rodeia.

Paulo Câmara

terça-feira, 22 de maio de 2007

Curtas de uma longa vida de pequenas coisas.

Deus toma que o filho é teu!

Não agüento ser chamado de Ateu. Porque questiono os filhos teus. Cadê o entendimento dos seus testemunhadores? Questiono-os porque, diferente deles, tu nunca escondeste sua face diante de minhas dúvidas. Sou redimido do pecado, mas julgo a ignorância como mal supremo, talvez pior que até o próprio ser das trevas. Desculpe-Me caro Senhor, minha educação não é inglesa, meu presidente é sindicalista. Mas no bom Português, tem pessoas que se julgam seus filhos que põem a prova sua competência.

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Dias de Fúria!

Mar revolto, sem sentido. Significado do acaso, distraído sem questionar a existência, sou fruto do perdão e também sou os pecados de meu Pai. Fique com seu bom gosto, com seu ardor de realidade, sou apenas eu - minha alma é ser-se. Sou filho meu, viúva do meu ser. Utilize sua medida, que eu faço a minha moda. Meu trabalho escravo estou, o mundo me aprisiona, e das grades desta prisão procuro o teu rosto... Ó Pai, não esconda tua face de mim nestes dias de fúria!

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To de boa!

Eu não quero questionar, hoje eu também não quero amar. Quero apenas jogar dados pra cima e ver quantos passos devo dar. Hoje eu to de boa não quero filosofar, não quero este mal que julgo necessário. Hoje eu quero me divertir, hoje não tem luar. Eu sou um morto de férias, na mais total solidão, não bate meu coração - hoje eu sou um morto de férias, rindo e comendo pipoca cansei de ser um problema. Meu epitáfio é meu ticket aéreo, minha passagem pro além, um tour surpresa que não me faz sentido entender.

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Fantasma!

Eu que não me casei, já sou pai de familia. Eu que não fumo, comprei um cigarro. Eu que não bebo, estou andando cambaleando pelas ruas. Espectro da realidade, o silêncio da verdade. Me sinto um fantasma, com responsabilidades que nunca quis, um ser que ninguém vê. Apenas sente, tem medo. Eu nem durmo, para ser lembrado como o ser dos lençóis. Oh fantasmas de minha Alma - sou apenas mais um, nesse mar infinito de bobagens.

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Amor, Flores e Rock'n'Roll

O teu sorriso, meu amor, é como o rock'n'roll. Me ensurdece, me anima, me aquece. Na sua fragrância, escuto o seu som chamando de meu amor. Sou um rockstar, ando nas estrelas a busca daquela que te prometi em algum sonho meu. Sonhos teus, sou fruto desse amor, meu nome é rock'n'roll minha flor.

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Colé Meu rei, muda o disco que hoje vou pro reggae.

Hoje eu quero sambar, hoje é dia de dançar. Quero balançar a cabeça, pois eu tou sem trocado. Me troquem de lado, eu quero a melhor mesa, eu quero um beijo de sobremesa. Hoje é dia de Reggae, meu Deus dança também - ele que fala que quem não entra na roda dança fora do ritmo. Me desculpe, se nessa noite não te escolher, é que hoje eu não te quero ao meu lado. Hoje o Samba é meu, Hoje eu vou sambar nesse reggae solitário.

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Sorria, estou te filmando.

Invadi sua privacidade, estou vivendo na ilegalidade. Meus olhos estão te filmando, sorria meu bem - pra você sair bem na fita tem que saber atuar. Não podem me prender, as fitas estão dentro do meu ser. Não tome antidepressivos, não ligue para o medico. Não se preocupe que hoje é seu dia de popstar americana - você está quase ganhando o Oscar de atriz coadjuvante. Eu que sou o diretor, sou apenas um infrator. Não me olhe com rancor, é sua fita meu bem, é sua fita que eu estou te vendendo.


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Paulo Câmara




sábado, 19 de maio de 2007

Aonde esconderam Atlântida?

Hoje estou de castigo, sem caminho, sem abrigo, e só me sobrou à busca do continente perdido que perdi entre algum sonho e outro quando me disseram que a terra seria meu lugar. Distraído repentinamente, esqueci que Atlântida era o que eu devia procurar - o sonho de meus pais, a herança do conhecimento, a busca idealista.

Descobri a duras penas que às vezes os ventos erram de direção e que as nuvens,as lindas nuvens, não são feitas de algodão. Contaram que o meu Deus não existe, que a igreja é capitalista e o Papa é imperialista. Porcos chauvinistas! Estão também no poder! A revolução dos bichos de fato ocorreu – Planeta Macaco, homem primata. Queimaram nas fogueiras os meus ídolos. Percebi então, que todos os meus ideais eram apenas moinhos de ventos.

Fizeram-me vender a minha liberdade em troca de espelhos de vários tamanhos e modelos. Venderam a ilusão de que eu era aquilo que aquela lente representava. Não vejo minha alma nesse espelho, apenas um ser pálido - Oh! Cara pálida, cadê meu cigarro de palha?

Nem isso eu posso, é contra as leis, a fumaça que meus antepassados utilizaram. Não queria mesmo... A história relata que todos morreram de overdose. Talvez seja a hora propicia para mais uma dose. Sinto-me como um copo de uísque vazio, com duas pedras de gelo, esperando o doce ardor da verdade, do esquecimento da realidade, aquela meia dose dinamarquesa.

Comprei uma luneta para olhar o espaço, me prenderam por violar a liberdade, invasão de privacidade. Privaram-me da luz dos astros, vi o sol nascer quadrado. Na televisão, relatos de um mundo perfeito – crimes hediondos, guerras sem motivo, quem quer ser prefeito? Pretérito dos méritos, futuro doente. O mundo está em caos e só eu vejo as crianças morrendo de fome, os velhos jogados nos cantos, e os sindicalistas governando.

Quando fugi da prisão, conheci uma garota. Que visão! Doce ilusão. Veneno do escorpião, que acabou de me contaminar contando os delírios de uma juventude sem equilíbrio. Cadê o espírito esportivo? Apenas Karmas destrutivos. Alan Kardec já virou antidepressivo. Universal, a cocaína que Freud cheirou e Marx repudiou - sem pudor. Ai que dor, o poeta morreu e não existem esperanças de ressuscitar no terceiro dia. Cadê o ópio do ópio?

Terremotos, maremotos, entre propagandas hellomoto e hello Kitty, o inferno se abre. A população está sendo incorporada, vitimas ou malditos? A etiqueta mostra made in hell, 100% fogo. Eu to quase acendendo o meu isqueiro. Mas se eu acender, a faísca que ilumina é a que aniquila. Aniquilar-me-ia, e já não sei se quero ir pra onde dizem que vou.

Tô no fim da vida, não existe água no planeta azul.

Baby bora fugir. Tá na hora de voltar pra Atlântida! Vamos procurar? Eu a esqueci em algum lugar. O que você está fazendo sentada aí? Não existe no google, no seu search. Eu tenho o mapa, o mapa da Atlântida. Corre, larga tudo, vem comigo. Deixa de sono, vem viver o sonho, porque os prognósticos afirmam sonolência profunda e eterna ao fim do túnel....

Peraí. Atlântida era pra ser aqui, no fim da página. Perto do ponto final. Não é possível que adicionassem mais uma página aos meus garranchos. Olha ali procure o Capitão Gancho, o Peterpan e o Sancho Pança, eles andam em bando. Não to vendo os guerreiros do apocalipse, cadê? Cadê você Alice? Diga-me, por favor, onde está o País das Maravilhas? Nunca acreditei quando o Peterpan disse que não existe Sininho no mundo Real, NÃO, a terra do nunca – nunca existiu.

Fui enganado mais uma vez. Atlântida, nunca existiu. Ei moço, Não me mate, eu quero ter filhos, eu quero brindar o ano novo, quero me formar também.. Não dá prayboy, você perdeu. Aqui no nosso jogo, é a hora do seu gameover. Malditos ou inocentes?

E assim foi o dia em que Jesus chorou, mais um jovem idealista perdera a vida por acreditar, que não deveria parar de procurar o sentido que jamais viera. Jesus chorou mais um dia, assim continua. Um jovem morre por dia. As lágrimas correm pelo mundo, caindo nos cantos das janelas, olho para fora, as gotas na janela me lembram a última vez que sorrimos juntos. Meus amigos se partiram e não pudemos dizer Adeus. As histórias estão se acabando. Serei eu a próxima vitima? Ou será você? Tenho visto muitos fins, e nenhum foi um conto de era uma vez. Será que este é o fim dos contos, dos irmãos Green? No fim procuramos as fábulas, deveras realidade, o porquê do nome fábula.

Que o Deus que existe, não permita que eu perca a fé, que eu continue procurando ultrapassar meus limites. Se nos largaram no inicio, nos cabe ir até o fim. Não desejo vingar a morte dos que se foram. A cada um a consciência de seus feitos! Espero ver, todas as pessoas que foram, mais uma vez.. E dessa vez não vai ser no jornal.

Paulo Câmara.

Réquiem às lapides que lacraram o sonho de algumas famílias. Em eterna memória aos amigos que se foram, que um dia nos encontremos em Atlântida.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

O dia em que Adão Chorou.



Infelizmente esta não é a biografia de Sexta-feira e seu amigo Robinson Crusoé. Conta-se uma história em um livro de grande importância pra humanidade, que um homem nasceu em algum dia da semana, em algum lugar entre o começo e o fim do mundo. Ele tinha tudo que um homem poderia desejar. Mas como todo homem desejou o que não se pode desejar.

O cara tinha um grande poder, ele era rei. (Certo que ele não tinha muita imaginação, talvez ele devesse freqüentar algumas aulas na ESPM, mas que culpa tem, se o macaco tem cara de macaco?) Mas nem todo poder do mundo agrada um homem só.

Foi então que ele cometeu o maior erro de sua vida. Chorou.

Nunca chore caro leitor, ainda mais quando você é o único cara do mundo.

Não é que o mané ainda fez coisa pior? Clamou a Deus um consolo. Eis o segundo maior engano. Se você é o único ser existente – não peça nada, pois inevitavelmente você pode ser considerado e ganhar o que você pediu. É como um consórcio, nunca dê o lance mais alto se você não sabe dirigir.

Ai já começou a sacanagem. Ninguém faz favor, tão favor assim. Deus lhe concede o alvará, mas você que se dane pra construir seu lar. Mas voltando ao assunto, antes que eu me perca em meus pensamentos. Deus resolveu criar alguém pra consolar o Adão.


Começou tirando uma costela do pobre humano. O cara já ficou lesado. Já não era mais completo. Aí pirilim, pirilim – Deus constrói a Eva. Mas pô, consideremos caros colegas, Deus não era gaúcho, mas até que tentou fazer algo de bom com a Costela.

A mulher já chegou sacaniando. Adão bobo e tonto, não conhecia a mulher, ficou admirado. A sorte dele é que ainda não tinha o Ricardão. Ta lá, o mané trabalhava e a mulher ficava de papo pro ar. Como diria meu amigo Baiano: “Pô! Adão ÓPAÍÓ! “

Dito e feito, o ser da costela não se contentou e deu logo de fofocar. Achou uma amiga venenosa e começou a prosa. Mas que hilário, que no meio do nada, tinha um fruto destacado. As duas conversaram, vamos lá! Quem se ferra é o Adão. (Leitor nunca leve sua mulher ao Shopping, no final quem vai se dar mal é você).

Continuando, vou apressar aqui, pois já estou deveras brabo com a ignorância do meu antecessor. O cara acreditou na conversa da mulé, foi lá e pagou com o cartão de crédito o fruto proibido. É proibido fumar, mas a cobra fumou. Adão viu que estava nu e não tinha nenhuma florzinha pra virar estátua de Michelangelo. O cara foi expulso do emprego, da sua casa. ÓPAÍÓ leitor que insight maravilhoso! Olha dá onde veio os Juros!

E a mulher? Tomando o bom português arcaico, Pariu, Puta que pariu! O homem se lasca e é ela que ganha o presente. Adão ficou feliz, seria pai. Só não sabia que o seu azar continuaria. Trabalhando igual um condenado, viu a sua mulher lá olhando pra cima fofocando sozinha. Os filhos do cara cresceram e ai a merda (com a desculpa da palavra) tava feita. Um assassino e outro bobão. E em quem colocaram a culpa? Você adivinha né, no Adão. O pomo de adão tava encolhido nessa altura. Colocaram a culpa do pecado do mundo nas suas costas.

E então no final da vida, Adão chorou novamente. Mal sabia ele, que fizera todo o mal existir por não saber que homem não chora. E pior, homem não chora e não fica pedindo. Com certeza faltou bolas a Adão, que passou de rei para um plebeu – por que desejou um consolo.

Então. Dessa história tomamos 2 lições:

Uma. Cuidado quando você chora, porque seu pedido pode ser atendido.

Duas. Antes de acordar verifique sempre suas costelas.

Paulo Câmara!

(não sou machista, nem concordo com tudo que disse, mas como um bon vivant, não poderia perder a piada) :D

História de Minha vida, que livro sou eu?

Quando eu embarquei no Návio da Alvorada em busca de nárnia, me clamaram para cair na real. Não sei quem inventou que eu não podia ser o capitão. Eu fiz de conta, eu quis os mistérios que C.S. Lewis escreveu. De repente me deram um anel, e me vi de repente como frodo o bolseiro indo em direção ao fogo. Ohhhhh Inferno, nasci nas cantigas de Nárnia e fui para o Senhor dos Anéis.

Felizmente no caminho, encontrei um garoto com uma vara mágica. Ele dizia que tinha muitos problemas em casa, seu nome? Harry Potter. Mas que isso, cadê a pedra filosofal dos meus sonhos? Fui caminhando, e já estava conversando com a branca de neve. Até que o maldito anão começou a encher meu saco, lancei ele em direção ao terceiro Céu. E tava lá eu vivendo a bíblia. Conheci Jesus um cara batuta, não era o batistuta mas sabia marcar gols. Como se tivesse em um jogo da argentina, estava do lado de um Super-Herói que falou "Hey garoto, você gosta de pizza?" Me vi treinado por ratos, meus amigos estavam no esgoto, me tornei um super-herói também. Ei Mestre Splinter me explique, Por que o Super-Homem tem a Louis Lane e eu não tenho ninguém? Desacreditado na vida, procurei o oráculo, me senti sócrates até que me ofereceram a Sicuta.

Acordei no outro dia, e procurei uma utopia que tomas acabara de me oferecer. Mas nada foi além do que um elogio a loucura de Erasmo, que não era Roberto Carlos, mas que fazia parte da guarda de minha juventude. Aos goles de coca-cola, me senti preso ao Anti-Cristo, precisei confessar com Agostinho todas as minhas confissões. Acordei como Schopenhauer, triste, procurando sentido da vida.

Andei, e encontrei no caminho a cinderela. O seu sapato de cristal ficou comigo. Libertei o impostor que vive dentro de mim. Comecei a fazer a revolução junto com meus amigos bichos, em plena 1984 minha vida mudou. Procurei um novo queijo, pois aquele que eu comia, acabaram de mexer. Comecei a faculdade da vida, me ensinaram engenharia, mas eu sempre gostei de surfar, virei também um engenheiro do hawaii. Mas o lobo mau disse que destruiria meu lar, me senti um porquinho. Corri pra casa de um amigo, que me prometeu abrigo. Talvez eu era apenas Martinho Lutero pedindo socorro ao seu amigo lord alemão.

Fiz a revolução meu caro nobre, revolucionei a forma de pensar. Queriam me queimar junto às bruxas, E Dostoievski me disse que eu conheceria o Grande Inquisidor. Me apresentaram uma grande Pessoa, que se chamava Fernando que falou não se preocupe, o que você sente eu já senti. Até platão que me ensinou o nome de todos os astros, não disse como minha história iria acabar. Freud negou-se a adivinhar meus sonhos, Jung se apaixonou por minha irmã. Mas eu sempre fui filho único. Andava perdido, caçando pipas, até vi que cazuza, raul e renato conversando e achei que eu não era normal. Na estrada da vida, essa infinita highway, comecei a me ver como personagem de Servantes, Dom Quixote. Olha o espelho me falaram, vi que nada era além de um velho parado. Tudo isso aconteceu de forma hilária. Quis aprender as Leis, me tornei Doutor mas nunca me formei. Nem passei na OAB. Até que um dia, eu que não nasci pra ser Santo, conheci um cara divinamente legal chamado Lulu que falou: Se liga ai garoto, você nasceu pra ser star. Andando entre estrelas, senti que aquilo ali era meu lugar.

Conheci um garotinho, com roupa de príncipe, pequeno sábio que me fez admirar a rosa. Do amor da infância ao amor da juventude, eterna lembrança.

Nessa minha caminhada literária, descobri que de tudo não sou um intelectual, apenas um romântico que não foi contextualizado. Procurando de página em página meu ponto final.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

O Dia em que matei meu cupido.

Era uma tarde estranha, um vento maroto e meu cupido com um sorriso debochado. Afinal era a última chance dele de se auto-afirmar como um bom profissional.

Sair do meu ambiente acolhedor naquela tarde não era interessante - mas tinha prometido ao meu cupido dar uma mãozinha em seu trabalho. Contra minha vontade decidi sair e averiguar o cenário, o palco de exposições. Para um bom ator basta uma boa mentira para se encenar uma alegria. Menti para meu cupido, disse que ia com aquele "objetivo" - só não o avisei que pretendia lhe matar após os sinos.

Foi tudo normal pra mim, mas para o pobre anjo não. Como eu queria que esse ser "celestial" fosse um chato de um querubim - para eu lhe dar logo um fim. Não parava de atirar, tentando acertar o alvo imaculado. Só ele não havia se tocado que tudo se tratava de simples operações matemáticas. Tira uma flecha dali, tenta somar ali e acaba perdendo sua munição. O fato é que, numa dessas tentativas o infeliz me acerta o nariz. Bravo como deveria estar, quase o mandei para aquele lugar.

Com o nariz á prova da dor, senti um cheiro de amor. Um perfume desconhecido e estrangeiro, não é que o infeliz desse anjo barbeiro me acertara em cheio? Desconcertado olhei para o ser ao meu lado, então falei: "mira ali naquela vai!" O mané não estava entendendo, que eu não queria mais o antigo veneno. Eu queria aquela nova fragrância que estava a me perturbar.

Com uma feição estranha atacou um monte de flechas em sentido ao meu coração. Anjo burro, não era uma questão de amor próprio. Ele não entendia como eu tinha me encantado com alguém do outro lado do famoso alvo desejado. Cansado de ter um aliado burro, tirei uma flecha do coração e lancei na direção do idiota de asas. Ele correu desenganado, chorando por ter falhado e morreu espero eu (Agora se Deus o acolheu de volta, problema foi dEle). Para minha infelicidade, desenganado estava eu, um sentimento acabara de morrer para dar espaço ao desconhecido - ou melhor, desconhecida.... Em linhas descritivas, um caderno seria pouco para elucidar ao mundo a beleza daquele rosto risonho.

Em meu canto, suspirando fiquei pensando: Será que algum dia sentirei aquele aconchegante perfume ao meu lado? Essa era a pergunta que pairava no ar, pois estava sozinho na busca pela fórmula do amor.

Por Paulo André Câmara


sábado, 10 de fevereiro de 2007

Em uma gaveta qualquer.

Em uma gaveta qualquer, lá coloquei um coração recém roubado. Tranquei e joguei as chaves fora em um riso de auto-ironia.

Mal sabia eu que, por engano, acabara de esconder meu próprio coração. O que fazer? Consegui me prender dentro de uma gaveta qualquer.

Recluso, me recuso a aceitar as condições propostas nessa mesa de jogo. Eu que falei nem pensar - sem pensar. Fui sincero como eu jamais poderia ter sido. Estou preso dentro do jogo que eu criei, como uma brincadeira de criança me tornei a caça e o caçador.

Estou cara a cara com minha pior metade, será que sobrevivo a essa verdade?

Ei seu Astronauta, ligue a luz - cadê a lua? Só ela pode me salvar dessa prisão. Foi para ela que jurei todos os meus amores e ódios, só ela pode me dizer como sair dos labirintos que eu mesmo criei. Se eu seguir adiante, seguirei sem meu coração. Se eu ficar parado, meu corpo irá se perder em ilusões e miragens nesse deserto de água.

Do meu bolso, decidi apostar minha vida. Uma moeda joguei para cima e todo meu futuro está nas mãos da monarquia. Capitalismo selvagem, por ambição roubei meu próprio coração. Seguirei em frente, será que um dia alguém encontrará aquela velha gaveta com o futuro da nação?

Por Paulo André com um toque de engenheiros.