domingo, 29 de julho de 2007

O Criador de Mundos em uma terra de Falsos deuses.

Meu mundo não foi criado em seis dias, mas sim em algumas “couple” décadas. E a cada dia descubro algum fator que precisa ser adicionado, incorporado ou corrigido. Apesar de ser filho de Deus tenho sérios problemas e até o presente momento não tive sucesso para transformar a poeira do meu quarto em pequenos seres humanos. Isso me impossibilita também de dar uma de Doutor Alemão e retirar a costela pra criar a mulher.

Criar o mundo é muito difícil por isso, costumo tirar férias prolongadas onde esqueço quem sou, o que estou fazendo e onde estou (não tô nem aqui). Fico então vendo outros criadores fazendo besteiras com seus mundos. Talvez eu seja um criador preguiçoso, mas nada está perdido antes de virar hippie, eu só preciso começar a beber e trabalhar com metais aí já posso ser presidente – Corintiano já sou (tenho até uma certa familiaridade com o número 12 já que meu sangue ainda é vermelho de direita).

Talvez eu crie uma companhia aérea e coloque algo como Transformando a Aviação em uma Merda (com desculpa da palavra, vou usar a abreviação TAM – Não se esqueça do jargão nada convencional [Orgulho de ser Brasileiro]). Viu ser o dono do mundo te da alguns poderes incríveis. Se todo mundo faz besteira, por que não seria eu, mais uma estrela brilhante na bandeira Verde e Amarela a acender o isqueiro. Nessa pátria de Estrelas Cadentes, Ordem e Progresso têm um significado clichê ou um pouco mentiroso (um pouco só) como nossa mídia ou a declaração de contas do Senhor Renan que não é ajudante de Papai Noel, mas vive andando com o saco cheio.

Falando em Saco, alguém me pode dizer como está o renascimento em Miami dos Publicitários do Nascimento de Cristo? Aquele casal botava pra quebrar, quebraram as famílias brasileiras que acreditavam no pedágio para uma vida melhor. Pedágio esse que não funciona em nenhuma instância. O direito de ir e vir é dentro de seu próprio quarto, claro se o IPTU estiver quitado. O que me dá margens a acreditar que o primeiro Direito que um brasileiro exerce é o da prisão, condenados eternamente a viver dentro de uma jaula e a jurar Lealdade a Bandeira... E depois me perguntam por que nosso querido e amado ex-presidente se suicidou...

Viva o movimento Getulista, mas o ministério do Turismo adverte: Suicídio em Massa só no fim do mundo dos Maias em 2012 ou quando o Barrichello ganhar. Enquanto isso relaxa e goza!

terça-feira, 24 de julho de 2007

O Diário de um Viajante dos Mundos.

O encontro com uma árvore. Eu e ela, nenhum de nós dois sabíamos como tínhamos chegado até aquele ponto. O fruto do destino em uma árvore seca! A estação perfeita no inverno do encontro da Criação com a criatura. Fiquei encarando aquela árvore por horas, e ela também.

Estávamos tímidos diante da presença um do outro, o silêncio entristecedor do abismo que existe entre a beleza e a besta. Diante de um Abismo, sempre uma oportunidade de se criar uma ponte – era o que dizia um velho ancião que eu deveria ter criado em algum devaneio cognitivo. Bruto como uma árvore, só havia em minha mão um canivete, era para cortar e perfurar o mais profundo de qualquer ser. Existia na minha mão a possibilidade de destruir aquela árvore e mostrar a minha soberania.

O poderio de um homem se resume a sua escolha ou sua renúncia diante da adversidade. Aquele canivete poderia mostrar minha covardia diante de uma beleza que jamais poderia ser incorporada ao meu ser, nada me restou – ah não ser talhar aquele tronco. Com golpes precisos perfurei a arma e a alma daquela árvore e me senti o mais homem de todos. O mundo estava em minhas mãos e a minha marca acabara de deixar na rainha da floresta.

Aquela árvore por todo o sempre carregará a marca que simbolizou aquele momento. O meu coração fora talhado ali para que todo aquele que chegasse perto da Majestade soubesse que eu havia entregado o meu coração de viajante. O símbolo de um coração perfeito, na obra soberana de Deus, o pulmão do mundo agora carrega o meu coração. Posso respirar novamente e saberei sempre que deixei meu coração talhado na melhor madeira, a madeira da beleza inocente de um jequitibá.

Paulo Câmara

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Um ET falou comigo.

Ele não era verde. Não vinha de Marte. Na verdade ele nasceu na terra. Mas se mudou muito cedo pra algum planeta de alguma galáxia distante. Os pais dele gostavam de conhecer novas culturas.

O cara era totalmente diferente. Se você tinha um plano, ele tinha um anti-plano. Se você gostava de verde, ele gostava de Amarelo. Não sei se poderia o chamar de o cara do contra. Eu só acho que ele viveu a vida ao contrário.

Sabe? Ele nasceu e se mudou pra outro planeta. Conquistou todas as estrelas. O cara sabia até que a Lua não veste pijamas durante o dia. Me contou que o Sol andou namorando a Via Láctea. E que minha vizinha tem problemas de celulite. Bom isso eu já imaginava!

Um dia ele falou comigo. Caravelas pelo Brasil a fora. Ninguém o via. Ele era diferente do que poderíamos dizer de “um humano normal”. Tinha um corpo normal, no entanto, as suas idéias eram de outro mundo. O cara me avisou que se um dia eu fosse pra outro planeta, não deixar de aproveitar a visão da terra. Imagine uma bola azul, com listras coloridas correndo de um lado pra outro. É o esporte favorito dos ET’s – humanos tentando controlar suas vidas.

Como se fosse uma partida no maracanã, a terra é o centro. Todos os planetas tiram sarro dos pernetas que estão jogando. O engraçado é que sempre muda a bola da vez. Uma hora os humanos estão correndo atrás do aquecimento global, às vezes da guerra. Houve ocasiões em que colocaram crianças para derrotar um exército, uma tal de Cruzada sem conotação sexual.

Ele me convidou pra conhecer outros planetas. Mas falou pra aproveitar. Não existe outro lugar no mundo, no qual você possa rir tanto como neste planeta. Somos a piada do século.

Não é legal saber que enquanto procuramos o sentido da vida nessa bolota azul, o universo inteiro está rindo da gente? Será que já sabem o segredo, ou estamos olhando o mundo com os olhos errados?

Todavia, um ET falou comigo. Sou importante, me deixa entrar em campo. Ser a piada do universo também. Pelo menos, sou estrela. Meus gols fazem minha fama.

Não foi a toa que Deus olhou pra mim e disse você vai ser o cara, cara! Um ET já falou comigo. Eu juro que se um saci aparecer aqui – eu vou fazer um blog.

domingo, 8 de julho de 2007

Olhos de vidro, espelho do seu ser.

Eu não consigo mais escrever como antes. Estou com algum bloqueio. Talvez isso seja definitivamente um castigo por ter me omitido de escrever durante o passado. Retratei as coisas olhando-as pela janela, até que um dia eu não pude fugir do espelho da verdade.

Quando se está amando, a verdade é o que mais importa,vale qualquer custo. E, é por isso que as pessoas a temem tanto. É fácil viver num mundo onde você é invisível, onde se assiste o carnaval em um camarote em Riviera. Mas quando você permite ser visível, alguém pode ver você.

Antes, olhar-se no espelho era fácil – você e ele. Quem te via, era você mesmo, você se julgava e se suportava. O espelho era apenas um fantasma de quem você era, ou de quem você imaginava ser.

E num piscar de olhos, o espelho começa a pensar por ele mesmo. E seu ser começa a ter medo de quem está te observando. Ele te olha e não diz nada, um sorriso no silêncio de duas almas. Então fugir seria a solução, mas por onde quer que você ande novos espelhos aparecerão. A sua privacidade não existe mais, o seu manto da invisibilidade se rompeu e você começa a ter medo. Não da para voltar atrás ao sentir-se nu. O temor vem – junto ao terror – e se sempre tiver havido espelhos? E se sempre te observaram? E aqueles erros que você cometeu num momento de fúria ou lúcido, achando que por ser invisível não seria um problema? As indagações sobre si é o mais perto do que podemos chamar de inferno!

Não da pra fugir dos olhos da multidão – não da para se esconder dos olhos silenciosos de Deus.

Engraçado, mas quando você está sendo de alguma forma observado, você mente porque tem medo do passado ou da realidade. E justamente hoje, um tijolo do seu futuro. Qual casa você está construindo para repousar sua velhice?

Talvez, como agora, um espelho esteja respondendo a você, mas já não é um espelho. De volta a matéria, um vidro, por onde dois invisíveis se encontram. Seus olhos não são mais espelhos, e sim um retrato do que você mais tem medo, ou seja, Você.

Através do que você vive – os seus olhos enxergarão o mundo. Infelizmente, se você vive uma mentira, inegavelmente estará sendo enganado ao visualizar.

Todo homem é suscetível ao se enganar várias vezes, alguns chamam o evento de desilusão, coração partido, amor não correspondido. Eu chamo de o triunfo da mentira, ou, à volta a verdade.

Nesse caminho de espelhos, observadores, invisíveis e visíveis, você começa a procurar a verdade. E em cada espelho, uma nova chance de perguntar-se, valeria a pena eu? Você verdadeiramente me conhece? E então, além de visível você se torna frágil. Uns espelhos são quebrados por seu medo, outros reconhecidos por seus atos gloriosos. As suas vestes voltam ao seu eu tangível. Verdadeiramente és humano nessa hora.

E então todos os espelhos caem por chão, os vidros que separam rostos desconhecidos se quebram, você está de volta ao mundo. Sem respostas, sem passado, só os tijolos do presente. Você está livre pra viver. E quando a verdade habita o ser, o amor procura mais um sentido. Tudo isso agora faz sentido, a jornada - Do invisível e partido, ao amado e completo.

Faltam-me palavras para escrever sobre o mundo, pois na minha alma está a verdade. E me locupleto em ser meu próprio interlocutor ao viver esse amor. Não mais preciso escrever para disfarçar, e se as palavras me faltam, é porque é a hora de viver. Viver meu grande amor.

Paulo Câmara.