terça-feira, 5 de junho de 2007

Tomando porrada.. Eis o vencedor!

Se eu fosse um cara diferente, sabe lá como eu seria. Então prefiro ser errado, mas não indiferente ao que realmente sou.

Ruben Alves disse que se ele pudesse viver sua vida novamente ele viveria da mesma forma. Já Humberto Guessinger, em uma de suas músicas, disse que se ele pudesse viver novamente ele sairia antes do final.

A vida não permite ensaios. Atores sem papéis vivendo o próximo ato. Aaaaaaaaah o tempo não para, na voz desafinada de Cazuza – eis a grande verdade João. As luzes se apagam, o povo vai embora e nesse momento você define se você vai para a próxima festa ou se vai dormir.

Confesso que não foi assim que eu sonhei minha vida, mas é justamente por isso que eu continuo vivendo. Para continuar sonhando. Se eu pudesse viver o que eu sonho, com o que eu sonharia? Já me basta o prazer de errar e me levantar.

Uma das lições mais importantes da minha vida, eu obtive não em Nietzsche – Freud – Jung ou qualquer uma dessas celebres celebridades – mas sim em um filme clichê: Rocky Balboa.

Quando ele diz para seu filho que quem vence não é quem bate mais, mas, só quem vence na vida é aquele que leva porrada, cai, e se levanta. E a cada chute, mesmo nas bolas, ou em qualquer lugar que dói, o fato de você levantar e falar: Vem, bate com força – lhe torna um vencedor. Não masoquistas, nem pelo prazer da dor. Mas sim por conspirar contra a dor, saber que não é isso que vai te fazer cair e não levantar – mas sim que esse é o motivo de você querer vencer, apanhar e continuar em pé se tornando a cada vez mais forte.

Eu fiz uma adaptação, se eu fosse um pugilista provavelmente usaria esse conceito que vou lhes falar:

Você não vence na vida dando o soco mais forte. Por mais que você una todas as suas forças para dar o maior soco da sua vida – realmente seu alvo pode ficar tonto e cair. Mas se ele se levantar novamente, “babou”, você perdeu sua vida dando um soco que não foi o forte o bastante.

Então lembre-se disso:

Quando alguém unir todas as suas forças para lhe dar o maior soco, você pode cair, mas se você se levantar, você vai ser o vencedor. Pois na verdade não existem socos fatais e sim, levantadas triunfais.

Levante e de a outra face, caia, se levante novamente e cada vez você vai se tornar mais forte. A entrada triunfal, o marco memorável, tornar-se imortal não é uma questão de força, mas de fé. Lembre-se disso quando subir ao ringue. ;)


Paulo Câmara

Eu não sou maior do que o Mar.

Uma das coisas mais interessantes na vida de um homem é quando ele reconhece que não é nada diante do mundo. Em uma dessas descobertas casuais, estava pensando que diante de todo o universo eu não sou maior que um grão de areia, eu sou um misero grão de areia, insignificantemente sozinho. Mas, sozinho até quando percebo que posso me unir a outros grãos de areia e, em conjunto vou ficando maior. E então quando existe a união de vários grãos, conseguimos algo tão grande e tão bonito. Savanas, Desertos e até a praia.

O mar é perigoso, mas é a areia que nos ajuda a aproveitar a imensidão e a beleza das águas salgadas.

E é assim que eu vejo a vida. Um grande mar. E se nós achamos que somos maiores que o mar, não nós não somos. E se tentar desafiar o mar, Poseidon vai cuidar de te horrorizar e não adianta fazer oferenda a Yemanjá – meu amigo, você não é maior do que o mar.

Um grão de Areia. Nós somos grãos de areias diante da imensidão desse mar. Mas se nós nos unirmos, poderemos fazer da vida um lugar bonito – um Hawaii dos astros, o Caribe das ondas perfeitas.

Também podemos nos tornar um deserto, que mata, sem vida. Um amontoado de pessoas que, sem sentido, transformam a vida em um lugar quente, seco e sem esperança.

A ciência nos provou que somos apenas grãos. Mas, grãos unidos, jamais serão vencidos! Podemos ser levados pelo vento, pararmos juntos em algum deserto. Ou podemos rodear o mar. Vencê-lo não pelo poder, mas por transformar o mar em uma praia bonita para se namorar.

E eu tenho certeza, que eu sou parte de alguma praia. E quando olho pra cima posso ver a lua sorrindo. Então quando eu me sentir pequeno, saberei que realmente não sou maior do que o mar. Mas posso estar ao lado dele, e transformar esse grande gigante em um lugar legal de se estar. E saberei que sou eu a salvação de muitos marinheiros perdidos e náufragos. Talvez eu veja o Robinson Crusoé ou o novo Colombo passar por mim. Mas realmente ficarei feliz em ver quando novas praias surgirem.

Pois sei, que onde existe uma nova praia, existe um novo sentido de vida, uma razão para amar, e sim, uma razão para amar o mar.

Paulo Câmara.