terça-feira, 5 de junho de 2007

Eu não sou maior do que o Mar.

Uma das coisas mais interessantes na vida de um homem é quando ele reconhece que não é nada diante do mundo. Em uma dessas descobertas casuais, estava pensando que diante de todo o universo eu não sou maior que um grão de areia, eu sou um misero grão de areia, insignificantemente sozinho. Mas, sozinho até quando percebo que posso me unir a outros grãos de areia e, em conjunto vou ficando maior. E então quando existe a união de vários grãos, conseguimos algo tão grande e tão bonito. Savanas, Desertos e até a praia.

O mar é perigoso, mas é a areia que nos ajuda a aproveitar a imensidão e a beleza das águas salgadas.

E é assim que eu vejo a vida. Um grande mar. E se nós achamos que somos maiores que o mar, não nós não somos. E se tentar desafiar o mar, Poseidon vai cuidar de te horrorizar e não adianta fazer oferenda a Yemanjá – meu amigo, você não é maior do que o mar.

Um grão de Areia. Nós somos grãos de areias diante da imensidão desse mar. Mas se nós nos unirmos, poderemos fazer da vida um lugar bonito – um Hawaii dos astros, o Caribe das ondas perfeitas.

Também podemos nos tornar um deserto, que mata, sem vida. Um amontoado de pessoas que, sem sentido, transformam a vida em um lugar quente, seco e sem esperança.

A ciência nos provou que somos apenas grãos. Mas, grãos unidos, jamais serão vencidos! Podemos ser levados pelo vento, pararmos juntos em algum deserto. Ou podemos rodear o mar. Vencê-lo não pelo poder, mas por transformar o mar em uma praia bonita para se namorar.

E eu tenho certeza, que eu sou parte de alguma praia. E quando olho pra cima posso ver a lua sorrindo. Então quando eu me sentir pequeno, saberei que realmente não sou maior do que o mar. Mas posso estar ao lado dele, e transformar esse grande gigante em um lugar legal de se estar. E saberei que sou eu a salvação de muitos marinheiros perdidos e náufragos. Talvez eu veja o Robinson Crusoé ou o novo Colombo passar por mim. Mas realmente ficarei feliz em ver quando novas praias surgirem.

Pois sei, que onde existe uma nova praia, existe um novo sentido de vida, uma razão para amar, e sim, uma razão para amar o mar.

Paulo Câmara.

5 comentários:

Augusto disse...

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.


E nessas palavras de Pessoa se definem a pureza e a verdade desse teu texto tão esperançoso e cheio de beleza =)


Do velho amigo Guto

disse...

Se somos um grao precisamos de varios outros graos, eh pq precisamos de outras pessoas pra sermos felizes, e eu acredito mto nisso, parabens lindo texto!


sou sua fan x}

Anônimo disse...

e coitado daquele que tentar se passar por rocha...

belo texto paulo

Eline disse...

"Ó mar de que não sei nada
Nem vejo que desvendar,
És só a mais larga estrada
Para ir e voltar!"



bom.. vc não é um grão sozinho!

isso é bom!

Victorhfs disse...

Admito que sou um grão na imensa natureza, mas pode acreditar que sou o misserável grão ao teu lado para fazermos monstruosas ondas de areias capazes de destruir, com palavras, os grãos ruins; sem matar; sem destruir; apenas modificar o já existente, tornando-os com principios e virtudes iguais aos nossos: O amor.

Forte Abraço.