Em uma gaveta qualquer, lá coloquei um coração recém roubado. Tranquei e joguei as chaves fora em um riso de auto-ironia.
Mal sabia eu que, por engano, acabara de esconder meu próprio coração. O que fazer? Consegui me prender dentro de uma gaveta qualquer.
Recluso, me recuso a aceitar as condições propostas nessa mesa de jogo. Eu que falei nem pensar - sem pensar. Fui sincero como eu jamais poderia ter sido. Estou preso dentro do jogo que eu criei, como uma brincadeira de criança me tornei a caça e o caçador.
Estou cara a cara com minha pior metade, será que sobrevivo a essa verdade?
Ei seu Astronauta, ligue a luz - cadê a lua? Só ela pode me salvar dessa prisão. Foi para ela que jurei todos os meus amores e ódios, só ela pode me dizer como sair dos labirintos que eu mesmo criei. Se eu seguir adiante, seguirei sem meu coração. Se eu ficar parado, meu corpo irá se perder em ilusões e miragens nesse deserto de água.
Do meu bolso, decidi apostar minha vida. Uma moeda joguei para cima e todo meu futuro está nas mãos da monarquia. Capitalismo selvagem, por ambição roubei meu próprio coração. Seguirei em frente, será que um dia alguém encontrará aquela velha gaveta com o futuro da nação?
Por Paulo André com um toque de engenheiros.
sábado, 10 de fevereiro de 2007
Em uma gaveta qualquer.
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3 comentários:
Se você encontrar um verdadeiro amigo, não só reencontrará a gaveta como ganhará um novo coração, porque amizade é ter um coração que bate no peito de um amigo quando o da gente já parou de bater escondido que ficou dentro de uma gaveta...
Esse anônimo falou bonito até demais.. ;x
Entrei em conflito comigo mesmo, sem palavras..
imparato molto
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